quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Conservadores Vermelhos



O fiósofo Phillip Blond publicou recentemente um livro chamado Red Tory. Podemos traduzir por consevadores vermelhos (a palavra tory remete ao partido conservador inglês).

Para mim, de cara, penso que ele está procurando ganhos políticos. Pois, primeiro, ele começou trabalhando em um think tank dos trabalhistas ingleses, especialmente ligado a Tony Blair e agora é uma grande guru para o atual primeiro-ministro inglês David Cameron do partido conservador.

Talvez tenha sido fácil a trabsição de Blond, pois muitos ingleses não conseguem entender o conservadorismo de Camerom, e eu também não. Ele para mim é apenas mais um Tony Blair. Tenta ficar no meio entre a esquerda e a direita. Inclusive, seu vice, Nick Clegg é da extrema esquerda britânica.

Mas vamos lá, Blond se diz uma admirador de Gilbert Keith Chesterton. Todo mundo que elogia Chesterton tem meus ouvidos. Como já disse aqui, Chesterton mudou minha vida, quando li seu livro Ortodoxia. Chesterton era católico e Blond foi católico e agora se diz anglicano (não sei se por questões políticas).

O livro, não li ainda (estou apenas relatando o que pesquisei), tem um um ponto interessante: procura mostrar que é o conservadorismo que tem base popular e historicamente ajudou nos avanços sociais e não o esquerdismo. Então, proclama por um "novo" conservadorismo que se inspire no passado, especialmente para tentar conter as grandes desigualdades sociais. A preocupação conservadora com a restauração da família é muito importante para a redução dessas desigualdades.

O ponto dele de atacar tanto conservadores quanto esquerdistas é que para ele foi o individualismo exacerbado, com políticas voltadas para o mercado privado, dos tempos de Margaret Thatcher (a grande conservadora inglesa) que tornou os mais pobres sujeitos aos perniciosos avanços do estatismo dos esquedistas. Ele também acusa a esquerda pela destruição social, com incentivos a aborto, pornografia e mesmo uso de drogas.

Quem procura um meio termo em política ou teologia dificilmente me convence. E as soluções que Blond propõe também são frágeis: capitalização do bem-estar social, com, por exemplo, aumento dos empréstimos entre famílias e associações. Mas, o livro está sendo discutido fortemente na Inglaterra e Blond já montou seu próprio think tank com bastante apoio financeiro.

Em resumo, acho, pelo o que pesquisei, que as idéias de Blon são um Blair, que trouxe o chamado "novo trabalhismo (que aceita a força do capitalismo mas usa o esquerdismo nas questões sociais), com críticas às políticas sociais da esquerda e com idéias novas para diminuir o individualismo da direita nada promissoras.

Mas quem sabe valha incluir em uma lista de leitura. Não tenho certeza.

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