quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Deus Existe? O Argumento Cosmológico para a Existência de Deus


O argumento cosmológico é o mais antigo argumento para defender a existência de Deus. Depois de todo o avanço da ciência, ele continua sólido, como sempre esteve desde Platão, passando por Aristóteles, São Tomás, Leibniz, até chegar a William Craig, que vive entre nós.

Ontem, eu vi no site de Brando Vogt um vídeo sobre o argumento cosmológico, que, talvez influenciado pelo autor do vídeo (William Craig), Vogt disse que era o argumento cosmológico Kalam, que tanto defende Craig, mas não, o vídeo trata do argumento cosmológico tradicional, básico. Eu comentei no blog de Vogt o erro dele, mas são tantos comentários que, até onde eu sei, ele não corrigiu o que disse, mesmo indicando o texto do grande filósofo Edward Feser que explica o que é o argumento cosmológico, o que é o argumento Kalam e como os ateus não entendem nem querem entender estes argumentos.

Ateus cientistas, como físicos, ganhariam mais de um prêmio nobel se conseguissem destruir o argumento cronológico, e eles tentam há séculos, mas parecem cada vez mais defendendo o argumento, assim como aparentemente os biólogos começam a ver Deus (como mostrei aqui) . O vídeo fala dos físicos. Feser explica que o argumento cosmológico está na base da própria definição da ciência. 

O texto de Feser é bem mais completo que o vídeo abaixo, mas o vídeo serve como primeira ilustração.

Ele mostra os passos básicos do argumento cosmológico:

1. Tudo que vem a existir tem uma causa para o seu vir a ser. Isto é diferente de dizer que "tudo tem causa", nenhum teísta de respeito diz isto, mesmo porque anularia Deus, que não tem causa. Mas muitos ateus (como Dawkins) criticam os teístas dizendo que eles falam que "tudo tem causa", não é verdade, o argumento começa dizendo que "tudo que vem a existir tem causa", é diferente.
 
2. O universo venho a existir.

 
3. Portanto, o universo tem uma causa para existir, e esta causa tem de estar fora do universo (não tem espaço, nem tempo).



Depois de ver o vídeo, eu insisto, leiam o texto de Feser. Ele basicamente explica tudo. Se não conseguem ler em inglês, e o uso do google translate não ficou bom, escrevam no meu comentário, que eu vou arrumar um tempo até segunda-feira para traduzir as partes mais importantes.


6 comentários:

avmss disse...

Achei interessante um comentário no youtube do vídeo "6.3 A Igreja Católica: Construtora da Civilização - Deus existe?", ZeClaudioAguiar é o autor do comentário:
"O Universo que conhecemos é regido pela lei da causalidade, que depende fundamentalmente do tempo (a causa sempre vem antes do efeito). Só que hoje sabemos (através da Física) que espaço e tempo são uma coisa só. Portanto, nem o tempo existia antes da criação. Portanto Deus é atemporal. Como fora do Universo não há conceito de tempo, também não há conceito de causalidade."

Tem um livro que desejo ler que é "Sobre Deus" ou apenas "Deus" de autoria de Mário Ferreira dos Santos, só que tenho apenas em pdf, o que fica muito chato de ler, por isso que dei uma parada na leitura de Ortodoxia, que também não tenho em papel.
Pedro, conhece a obra de M.F. dos Santos? Ele foi um filósofo brasileiro, criador de um sistema filosófico a que chamou Filosofia Concreta. Escreveu muitos livros sobre várias áreas do conhecimento como Filosofia, Psicologia, Oratória, Ontologia e Lógica. Ele sofre uma espécie de boicote nas universidades brasileiras. O escritor Olavo de Carvalho observou que isso fora devido a um debate com Caio Prado Júnior, ao qual Mário impôs ao seu interlocutor pesado vexame, tendo sido exposto seu desconhecimento do comunismo, tese ao qual fora convocado a defender. Como Caio era de orientação marxista, corrente hegemônica entre os acadêmicos brasileiros, este teria imposto um veto ao nome de Mário Ferreira no ambiente acadêmico, tendo este fato sido influenciado também pela presença de Luis Carlos Prestes no debate.

Abraço

Pedro Erik Carneiro disse...

Caro avmss,

Não, infelizmente não conheço Mário Ferreira dos Santos. Minha fragilidade em filosofia me faz me concentrar no que pensa os grandes (ou mais conhecidos) filósofos da história, por enquanto.

Muito obrigado, pela dica.

Abraço,
Pedro Erik

Nik disse...

Pedro, a recomendação de leitura do Mário Ferreira é útil. Estamos diante de um dos grandes que este país pariu. O mesmo para o Corção. Acredito que o amgigo tenha lido Três Alqueires e uma Vaca, dele sobre Chesterton. Se não, corra para comprar o seu!

http://www.estantevirtual.com.br/q/tres-alqueires-e-uma-vaca

Nik disse...

Sabia que existiam várias obras dele por aí para download, Pedro. Só me lembrei agora aonde. Eis o link.

http://www.obrascatolicas.com/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=50&Itemid=29

Nik disse...

Último pitaco sobre o Mário, Pedro. Um artigo do Olavo de Carvalho:
http://www.olavodecarvalho.org/semana/0906dicta.html

Como é fragmentado o conhecimento no Brasil, não é mesmo? Quero dizer que uma geração é absolutamente incapaz de legar à seguinte o seu melhor, suas angústias e debates. Os nomes desaparecem, são banidos das escolas, os professores não os conhecem, o preconceito impera. Essa paixão pelo novo, tão evidente na Universidade, nada mais é que ideologia revestida de medo de ser desmascarada. Não temos mais quem denuncie esse pensamento pequeno, materialista, nem meios para interromper a cultura do novo. Estamos amarrados à bigorna do futuro, mergulhados num oceano de cafajestes pensadores.

Pedro Erik Carneiro disse...

Muito obrigado Nik
Fiquei bem impressionado. Ainda mais que pela descrição do Olavo parece que Mario sofreu muito para publicar seus textos
Vou ver seus links,meu amigo. Obrigado mesmo

Grande abraço
Pedro Erik