domingo, 28 de dezembro de 2014

O Papa Francisco e "Os Americanos"


Acabo de ver a reportagem do Jornal Nacional sobre o Papa Francisco. Antes da reportagem foi anunciado que se faria "uma análise das palavras fortes do Papa Francisco".

Eu pensei que a reportagem iria tratar das palavras do Papa em defesa das minorias cristãs no Oriente Médio.

Mas não, nem se tocou no tema. E do que se tratou? Não sei dizer. Isto mesmo, eu assisti mas não sei dizer. Foi uma péssima reportagem mas claramente tinha "uma agenda", como se diz nos Estados Unidos. Não foi uma reportagem foi uma tentativa de passar uma mensagem, de defender uma tese.

A tese é simples: O Papa Francisco enfrenta uma resistência de malignos "cardeais americanos conservadores" que apesar de terem votado em favor de eleger Francisco, agora querem impedir que o Papa "reforme a Igreja".

A reportagem também diz que estes conservadores querem corromper a Doutrina da Igreja.

Isto mesmo, pela reportagem só existe conservadores católicos nos Estados Unidos. E eles são malignos, corrompem a Igreja e impedem que o líder da Igreja reforme a Igreja.

A reportagem usa como base uma reunião que o Papa Francisco teve com os cardeias no começo da semana, no qual atacou 15 pecados da Igreja. Mas as palavras do Papa nesta reunião foram consideradas estranhas e fora de lugar (pois era uma reunião de Natal) por todos, tanto por conservadores como  por aqueles que exaltam o Papa Francisco, como o cardeal Kasper que procurou fingir que o Papa não tinha dito aquelas palavras.

Além de uma leitura completamente equivocada da reunião. Vejamos alguns pontos.

Como é que se sabe que os americanos votaram em Francisco? Um Conclave deve ser mantido estritamente em segredo.

Se os cardeais americanos são conservadores como é que eles querem corromper a Doutrina. Se são conservadores eles deveriam é querem manter a Doutrina.

Só existe conservadores católicos nos Estados Unidos? Até onde eu sei o cardeal Patrick O'Malley é muito próximo do Papa, muito antes de ele ser Papa. O cardeal de Nova Iorque, Timothy Dolan, vive defendendo o Papa.

Eu sei quem a reportagem quer atacar: cardeal Raymond Burke.

Por que não se ataca os outros inúmeros cardeais que criticam o Papa, como os outros que escreveram junto com Burke um livro em defesa do casamento (Brandmuller, Caffarra, De Paolis)?

Eu já vinha reparando nesta narrativa: Papa Francisco versus os Americanos.

É bem lógico por que a imprensa esquerdista coloca o Papa Francisco contra o "império", os Estados Unidos são um alvo fácil para todo quanto é maldade no mundo para boa parte dos incautos católicos.

O Papa Francisco vai visitar os Estados Unidos em 2015. A narrativa esquerdista já está pronta. Se o Papa for bem recebido, o Papa terá vencido "os americanos" como sua "lição de misericórdia". Se ele tiver algum problema lá, os americanos não prestam mesmo.

Vejam a reportagem do Jornal Nacional vocês mesmos, clicando aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

A preocupação do eminente Cardeal Burke – mesmo doutros associados – tem sentido levando-se em conta as novas tendências para as quais a Igreja estaria se direcionando, ainda com mais empenho e radicalidade via papa Francisco, mas que segue adeptos que se originarriam de grupos progressistas paralelos atuantes dentro do Vaticano II e, com apoio da midia globalista se impuseram, levam a cabo até hoje suas alienantes ideias em nome, por ex., do homossexualismo, regularização de divorciados em segundas uniões dos quais já se evidenciariam eventuais qualidades.
Pena que a Igreja tradicional parece ter sido acuada e permanecido quase inerte no contrataque..
E note que o catolicismo está há mais de 50 anos doutrinado nessa ideias que ganharam grande parte da Igreja, e cada vez mais por esses meios alienam a sociedade à fé tradicional da Igreja, a uma fé imanente, socializada, submergida sutilmente no politicamente correto.
Assim, o objetivo do sensus fidei encarnado pela Cristandade até então de forma ostensiva está sendo suprimido pela onda revolucionária; assistimos à supressão progressiva do obstáculo religioso, a saber, do rígido ensinamento papal anterior, mas contaminado há mais de cinquenta anos pelo vírus da modernidade revolucionária – os promotores seriam infiltrados internos na Igreja – e que hoje atentam com muita galhardia contra a Igreja católica de sempre em nome de uma pseudo adaptação à modernidade, mas de fato é adesão á apostasia, sugerindo ser o aplainamento das vias para o anticristo.
Misericorda fede a complacência com o erro e tolerância, humildade idem a populismo para subverter os incautos.
Há alguma mídia esquerdista atacando o papa Francisco?
Henoc